Fundado
em 2010, o União Frederiquense de Futebol sempre transmitiu intensas emoções ao
seu torcedor durante sua ainda recente história de paixão, garra, tristezas e
alegrias. Em 2011 uma campanha boa na estreia, no ano seguinte faltou um ponto
para o acesso. As rugas foram grandes, as cicatrizes também. Em 2013 quase
houve um rebaixamento, já em 2014 aconteceu de tudo.
Se
existia esperanças, as mesmas se diminuíram em demasia logo no primeiro turno
da Divisão de Acesso. Uma campanha horrível, que acarretou na demissão de
Nestor Simeonato e uma reformulação em meio à competição. Foram embora alguns
jogadores, chegaram reforços e o técnico Rodrigo Bandeira. Identificado com o
clube, o treinador deu nova cara a um diferenciado e envolvente time. A campanha
no returno da Série A-2 foi praticamente irretocável. O rebaixamento foi
evitado, a missão estava cumprida. Assim, surgiram novas e mais ambiciosas
metas. A representação de Frederico Westphalen foi avançando e chegou à decisão
do segundo turno, mas em casa viu o Avenida fazer a festa.
De
imediato, o filme de 2012 foi lembrado, comparado, sofrido e amargado. Ainda existiam
boas possibilidades, o destino (digo, o regulamento) concedeu mais uma chance. Na
briga pela terceira vaga todas as gotas de suor restantes seriam depositadas,
mas no jogo de ida um revés de virada em pleno Vermelhão de Colina transformou
o balde numa banheira de água fria. Toda tristeza de dois anos atrás seguia
presente, voltaram às críticas e a desconfiança, porém apenas da minoria –
neste caso. Muitos seguiram acreditando e apoiaram. Merecidamente, vivenciaram
a glória maior de um dos clubes mais novos do estado.
O União
precisava fazer escore na chuvosa noite desta inesquecível quarta-feira em
Farroupilha, fez mais. Muito mais. Sobrou em campo e atropelou o Brasil de
Farroupilha em pleno estádio das Castanheiras, na Serra Gaúcha. O Dragão
sucumbiu ao Leão, que rugiu e conquistou o acesso com uma goleada irreparável
por 3 a 0, construída através de tentos de Leandro Rodrigues, Paulinho Macaíba
e Diego Miranda. As festividades já preparadas pelo time da casa tiveram que
ser canceladas, a torcida local desapareceu em meados da etapa complementar. Só
deu União. A polenta e o vinho foram guardados pelo barril. O “Barril
Compressor”.
O heroico filho do Barril se superou,
orgulhou uma região inteira e fez justiça a inúmeros guerreiros que já
defenderam o manto tricolor – sendo, muitos deles, criticados e injustamente
condenados. As lagrimas vieram à tona, a chuva ganhou uma companhia alegre e
recheada de paixão.
A região norte provou sua força,
em 2015 terá seu representante na elite estadual. Internacional ou Grêmio,
talvez até os dois, visitarão esta ponta do Rio Grande do Sul. Serão acolhidos
de braços abertos, mas ao mesmo tempo se arrepiaram com um povo unido por uma única
causa, um amor regional chamado União Frederiquense de Futebol. Eis, como diz
seu próprio hino, o “orgulho da nossa terra, gaúcho e brasileiro”. Abram alas
meu povo, o Leão está chegando para marcar território e explanar o seu recente,
mas cativante reinado. Que venha o Gauchão, que venha novos desafios. Que viva o União!
por Ed Andreick Moreira Wisniewski.
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