sexta-feira, 6 de maio de 2016

Convicção de Zidane leva Real à Milão

                Se no jogo de ida Joe Hart ofuscou o ataque do Real Madrid e levou ao Santiago Bernabeu uma nova perspectiva, na pratica o duelo entre o goleiro inglês e o atacante português não ocorreu efetivamente. O astro merengue não esteve em sua melhor noite na última quarta-feira, enquanto camisa 1 do Manchester City também não fez partida antologia. Ainda, Agüero seguiu abaixo, Yaya Touré não justificou seu retorno e o grande diferencial acabou sendo o plantel, ou seja, assim como em 2013/14, a Liga dos Campeões da Europa envolverá os dos maiores clube das capital espanhola – Atlético e Real se enfrentarão em 28 de maio, no San Siro, em Milão, na Itália.
                Novamente o Real Madrid dominou, ocupou os espaços em marcação alta e, sem fazer uma pressão infernal, conseguiu uma vitória por 1 a 0, o suficiente para acabar com o sonho da ala azul de Manchester em chegar à uma decisão continental. Sem contar com seu centroavante Benzema e o brasileiro Casemiro, que vinha sendo a espinha dorsal do tripé de meias, o técnico Zinedine Zidane apostou na manutenção de seu trabalho. Sem alterar a forma de jogar, o francês escalou Ronaldo centralizado, Jesé como ponta invertendo constantemente de lado com Bale e colocou Isco compondo a trinca com Kroos e Modric, mantendo James Rodriguez no Banco.
                Foi ousado, foi contra todas as expectativas. O sistema ofensivo seguiu jogando na sua máxima taticamente, com intensidade e movimentação, facilitando o serviço dos meias armadores postados à frente da linha defensiva. Com três homens de recomposição e boa saída de jogo, Yaya Touré – descontado por lesão – não conseguiu produzir e De Bruyne e Agüero raramente receberam uma bola de frente para os zagueiros. O Real Madrid simplesmente travou o Manchester, encurralou e seu gol foi questão de tempo, numa tentativa de Bale, que mandou bola pra cruzada, desviando em Fernando e morrendo nas redes.
     Uma classificação com gol contra, mas que não tira os méritos duma equipe que mudou seu jeito de jogar nesse semestre. A tática virou sua principal arma, o novo técnico conseguiu impor seu jeito de trabalhar, que nada mais é a forma que mais gostou de atuar na época que foi jogador, quando formou um trinca de meias com Conte e Davids (na Juventus, em 1997-99) ou com Makelelé e Figo ou Beckham e Guti (ambas duplas no Real) ou, até mesmo, Makelelé e Vieira (Copa do Mundo de 2006). Em todas as ocasiões citadas, Zidane arrebentou. Assim ele faz o meio do Real jogar, inspirado nas melhores temporadas dele mesmo. Com Casemiro ou Isco, não importa. O Real joga com três meias que não são só volantes ou só meias-ofensivos. Os merengues chegam a mais uma decisão de Champions League com méritos e propriedade, mas claro, graças à convicção de Zinedine Zidane.
Por Ed Andreick Moreira Wisniewski

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