O
primeiro Gre-Nal de 2014 – empatado em 1 a 1, na Arena (Saiba Mais) – foi o grande teste da
dupla na temporada até então. Neste se deu para fazer algumas avaliações, que
são incertas por se tratar de um jogo atípico e com equipes ainda em
construção. Os dois treinadores agradaram: Abel Braga montou melhor uma equipe
com menos nome e aparentemente superior a do ano passado, Enderson acertou em
escalar os titulares, diferentemente do ano passado quando escapou dos
clássicos e decepcionou na Libertadores, competição que só se pode sonhar
grande se não acovardar-se – e assim foi.
Dois times
em remodelação, com menos jogadores expressivos e mais comprometidos – este foi
o grande diferencial apontado no embate. O Gre-Nal foi equilibrado, bem
disputado e com chances de gols. Um jogo bonito de se ver, e que nem sempre
ocorre neste tipo de confronto. A arbitragem sempre é alvo, desta vez também
foi e bem, disciplinador Vuaden errou pouco – poderia ter marcado pênalti em
Pará, e ao mesmo tempo a penalidade a favor do Grêmio poderia não ser assinalada
se interpretada de outra forma. O resultado não passou pelo apito, mas sim
pelas luvas, luvas de Marcelo Grohe e Muriel: protagonistas de um jogão. Ambos
executaram grandes defesas, guarneceram espetacularmente suas metas e determinaram
a igualdade no placar.
No Tricolor Gaúcho, o lateral
esquerdo Wendell é a grande sensação e o mais regular da temporada, domingo
provou isso. Enderson é estrategista, escalou corretamente o trio de volantes e
deu certo, seus comandados foram melhores no primeiro tempo, mas não conseguiu
corrigir o posicionamento na etapa complementar quando foram inferiores. Luan
fez bom jogo, Deretti entrou e deu ótima resposta, mostrando que merece maiores
oportunidades. Barcos aos poucos está tentando voltar a ser aquele Pirata do
Palmeiras, ainda não é, mas está no caminho. Edinho é o mesmo guerreiro, porém
com mais experiência e, dentro de suas limitações, evolui ano a ano. Ramiro e Riveros foram os de sempre, bons marcadores e que sabem o exercer a função pedida sem e/ou com a bola. Werley
acertou alguns buracos da defesa, Zé Roberto é um líder, mas que insiste em
toques laterais. Pará, minha gente, ele será sempre o Pará: esforçado,
comprometido com o time e só, deu. Ah, tomara que demore bastaste para Kleber
voltar, pois ele atrasa o Grêmio e o rendimento cai demasiadamente. Para
finalizar, Máxi Rodríguez parece ser só “fogo de palha”, começou o ano voando e
desapareceu, perdeu a titularidade e foi acionado no segundo tempo contra o
Inter, foi quando o rival cresceu e pareceu estar com um jogador a mais em
campo.
O
Internacional de Abel Braga mostrou melhoras em relação ao ano passado,
principalmente pela agressividade e velocidade na transação entre defesa e
ataque, porém Rafael Moura não dá. Ele é esforçado, se movimenta e até acerta
alguns lances, mas não passa confiança, literalmente o “He-Man” não merece
vestir a camisa de um clube igual ao Inter, já mereceu (quando era aproveitado
no Fluminense e voou no Goiás), não merece mais e faz tempo, muito tempo. Apesar do pênalti, Paulão até que vai, joga
sério, não empolga, mas graças a sua presença Juan voltou a transmitir
garantias do grande e experiente defensor que és. Fabrício é vulnerável, mas ta
empolgando e sobrando fôlego, enquanto Willians erra demais. Alex não se
movimenta, talvez diminuir sua obrigação de armar e adiantar seria a opção
correta, soltando pelo centro o D’Alessandro, que segue sendo o ponto de equilíbrio
vermelho. Jorge Henrique não compromete, onde escalar ele fará o pedido, mas
nada a mais disso. Pelo apresentado, Aránguiz é um baita jogador, um Guiñazu
com mais técnica e renovar com ele é uma das principais obrigações da diretoria
no período de recesso pela Copa do Mundo. Ainda, Gilberto cobre e auxilia a
zaga, se não bastasse apóia com qualidade e é um dos grandes nomes colorados
neste principio de 2014. Ah, Abelão, literalmente, Otávio no banco de reservas
é uma injustiça com o futebol mostrado pelo garoto e, principalmente, um crime
com o torcedor, time e, até mesmo, seu trabalho.
Enfim,
como avisei, as avaliações prematuras dão uma base, apenas, nada de clareza e
certeza. São primeiras impressões, que empolgam e ao mesmo tempo deixam um “pé
atrás”, e este é o principal trunfo da dupla para 2014, onde poucos botam fé. Internacional
e Grêmio estão mais frágeis que nas temporadas anteriores recentes, inferiores
em nome e poderio nominal no elenco, no entanto, os jogadores estão se doando
até a última gota de suor e rendendo mais do que o esperado. A lógica, na
imprensa nacional, é que a disputa de títulos da dupla fique no Gauchão, no
entanto a possibilidade de surpreender como no passado é o gigante fator
motivacional dos gaúchos para um ano que começou desconfiado, mas acabou agradando
bastante no primeiro grande embate. Vitórias, atuações empolgantes e títulos? Só
o tempo dirá se ocorrerão, mas a expectativa é boa, ao menos na humilde opinião
deste blogueiro.
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