Depois
de 777 minutos sem balançar as redes, Rafael Moura desencantou e marcou o único
gol do Internacional na vitória, por 1 a 0, sobre o Atlético Paranaense, no
último sábado, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. Enquanto He-Man abraçava
o torcedor colorado presente na Arena da Baixada, o narrador Luís Augusto
Alano, da Rádio Gaúcha, transmitiu a sua vibração com o tento gritando “gol” duas
vezes, alegando não saber quando teria nova oportunidade para tal.
Lógico,
gerou polêmica e não agradou em nada o atacante colorado. Depois de manifestar
por escrito seu não entendimento dos motivos pelas vaias sofridas durante a
derrota para o Figueirense (Reveja), Rafael Moura novamente utilizou sua assessoria de imprensa
para mostrar seu descontentamento com a narração. Não demorou e, atendendo contato
do Zero Hora, Luís Augusto Alano respondeu e justificou suas palavras.
Enfim,
confesso que não assisti ao jogo e estava escutando o mesmo pela Rádio Gaúcha,
desta forma escutei “ao vivo” a polêmica narração. Achei emocionante, mas ao
mesmo tempo dei risada da “cornetagem”. Sinceramente, entendo as razões de
ambos – tanto do momento, quanto das opiniões dadas sobre o ocorrido. Abaixo, na ordem, confira a nota de Rafael Moura, a resposta de Luís
Augusto Alano e um vídeo contendo a narração que gerou todo esse bafafá nesta
segunda-feira.
A nota de Rafael
Moura na íntegra:
A infelicidade que
tive durante 777 minutos sem marcar gol foi a mesma que o locutor da Rádio
Gaúcha, Luís Augusto Alano, conseguiu em apenas 7 segundos durante a narração
do meu gol, que garantiu a vitoria do Inter diante do Atlético-PR: “Gol do
Internacional! Gol de Rafael Moura merece mais um grito, porque sabe lá Deus
quando ele vai fazer mais um”... Aceito todo e qualquer tipo de crítica
construtiva, mas o que minha família (filha, pais e esposa) ouvir no momento de
maior alegria do futebol foi uma falta de respeito.
As vaias da torcida
mexeram, sim, com meu brio. Contudo, ela, em momento algum, faltou com respeito
ou utilizou a violência. Cobrou porque sabe que posso render mais. E a
experiência me fez entender que o futebol é assim: o mesmo torcedor que me
vaiou foi o mesmo que me abraçou sábado na comemoração do gol, que recolocou
seu time do coração na briga pelo título. O que não posso é achar normal nem
aceitar calado um formador de opinião de um dos veículos de comunicação mais
importantes do país tripudiar em cima de uma carreira honesta, construída à base
de muito suor e dedicação. É muito difícil conviver com pessoas que sentem
prazer em denegrir o trabalho alheio, que não sabem expor seu ponto de vista de
uma forma profissional e imparcial, como se espera de um bom jornalista.
Quando escolhi vir pro
Internacional, sabia que encontraria aqui uma instituição extremamente séria em
todos os seus departamentos. Hoje, o Inter possui um grupo de jogadores acima
da média e uma comissão técnica entre as melhores do país. Por isso, não
adiante pressão externa tendenciosa com o intuito de escalar o time, já que no
clube existem profissionais altamente capacitados para realizar essa função.
A resposta do locutor
Luís Augusto Alano:
A transcrição inteira
do gol do Rafael Moura não é só a frase “Sabe Deus quando ele vai fazer mais um”.
Foi dito que ele procurou o gol, tirou a má fase, ele merece, Ave He-Man... A
narração é um momento, uma inspiração. Na hora optei por gritar duas vezes para
homenageá-lo e o momento da quebra do jejum. Não é comum gritar duas vezes por
um gol. Vibrei com isso.
Meu pai foi jogador de
futebol, e sei o que a família de um atleta sofre com as críticas. O futebol
pra mim é alegria, emoção e, também, por que não, um pouco de corneta. Se na
opinião do Rafael Moura passei do ponto, peço desculpas. Mas não foi e nunca
será minha intenção. Assim como ele joga para o público, o ouvinte é o meu
consumidor. Estamos sempre no limite. Não penso que foi ofensivo. Desejo sorte
ao atleta e mais gols no clube.
Confira o gol e a
narração:
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